terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Sem título, porque há coisas que não se dizem em palavras

  • A Patricia está cansada, não está?
  • Eu?! Talvez...
  • Ou está triste?
[...]
  • Eu acho que está desanimada. Com alguma coisa...

[...]

  • Foi do que aconteceu hoje de manhã?
  • Hoje de manhã?
  • Sim, hoje de manhã, quando a Patricia me veio buscar eu vi logo que estava chateada.
  • Não, não foi de hoje, estou cansada das muitas coisas que se juntam... Eu não me canso de uma coisa só, canso-me quando se juntam muitas.
  • Mas não pode ficar assim!
  • Mas eu não estou sempre assim, querido, hoje é que estou mais cansada.

[...]

  • Não é por a estar a ver agora a chorar que eu sei que está triste. Eu sei ver muitas coisas. A Patricia tem de pensar em si, também. Ontem fui deitar-me ao lado da minha irmã e estive a dizer-lhe isso, que a Patricia sentia coisas que não dizia.

[...]

  • É difícil estar sempre a rir. Eu tento estar bem, por exemplo, quando estou convosco... Eu luto por estar bem, mas às vezes ficamos cansados, só isso.
  • Eu sei que não é só de hoje, a Patricia acha que eu não sei quando está desanimada?! Eu sei, até ao telefone, eu sei! É por nossa causa? São coisas familiares?
  • Não, Pipocas, é tudo junto, o trabalho, a família, outras coisas.
  • Mas, quando eu estou desanimado, a Patricia diz-me para levantar a cabeça. Não pode desistir agora! Se a Patricia desistir agora, eu também desisto!
  • Não sejas tonto, eu não estou a desistir...

[...]

  • Vês, afinal sempre falei eu e tu deste os conselhos...
  • Eu não tenho idade para lhe dar conselhos, a Patricia já viveu muito mais do que eu, eu é que aprendo consigo.
  • Sim, aprendes comigo, como eu aprendo contigo. Não é só a idade que conta, sabes, tu já viveste coisas que eu não vivi, podes dar-me conselhos de coisas que já te ensinaram.
  • Sim, mas não é a mesma coisa.
  • É, claro que é. Olha o que tu disseste, que eu te mando levantar a cabeça e mandaste-me levantar a minha agora. Aprendeste uma coisa na vida e agora estás a usá-la para me ajudar.
de Terça-feira, Dezembro 27, 2005

segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Tenho um peso em cima dos olhos

É só mais uma das minhas enxaquecas. É o corpo, mais uma vez o corpo, que me castiga a vida. Quero sair, encontrar-te, trazer-te. Quero ver-te, dar-te a mão e mil carinhos. Quero que alegres a minha tarde. Quero e vou. Nada me impedirá. Mas este peso incomoda-me.

de Sábado, Abril 30, 2005

O mano

Quando eu tiver um mano, vai-se chamar Herrare, porque Herrare é o mano.

Eu vou gostar muito do meu mano....

maresia OOF*

Ou seja, Out Of Office... e neste caso Out Of Portugal também!

Voltarei!

domingo, 29 de janeiro de 2006

Mistérios da mente feminina

No seguimento da recusa de uma mulher, a M2, em deixar manter o contacto da sua filha com os filhos não-biológicos da outra, a M1, crianças que seriam qualquer coisa como primos, desenrola-se a seguinte conversa (as duas são familiares pois assim ficou determinado após duas assinaturas num qualquer papel num dia de inverno).
  • M1: Não sei se vou conseguir ir, as irmãs da L. vão para adopção e o tribunal determinou o corte com a ligação aos irmãos. A L. está a precisar do meu carinho.
  • M2: Que bom irem para adopção, só não percebo porque há-de o tribunal determinar que os irmãos não se podem ver!
  • M1: ... [o melhor é ficar calada ou ainda lhe dou um estalo... ora que raio, talvez o tribunal assim determine porque os pais adoptivos têm a mesma mentalidade do que tu, ó meu estupor!] [ainda bem que fiquei calada, mas meses passados continuo sem entender os mistérios da mente feminina] [há quem culpe as hormonas, eu culpo mesmo a maldade][lembrei-me disto hoje, o dia da sentença]

Puta de vida, é o que vos digo!


de Segunda-feira, Janeiro 16, 2006

outra vez KOTA???

Mas parece que foi um elogio...
Patricia, sabe o que o J. V. disse? Que a Patricia é uma kota mesmo fixe! De 0 a 20 é 30. Muita mesmo, mesmo. E tem umas jantes com muita pausa... Eu, tenho jantes? Não... o carro, não sabia? As jantes são pausadas mesmo! Mas kota?? Sim, mas kota bués fixe.

escrevi com "k" porque tenho a certeza que foi com "k" que o J. V. disse!!

de Quarta-feira, Junho 29, 2005

sábado, 28 de janeiro de 2006

Chove outra vez

Tínhamos combinado ir à praia. Era um bom sítio para brincarmos com as crianças. Era um bom sítio para corrermos uns atrás dos outros. Era um bom sítio para as meninas se banharem na vaga enquanto tu chutarias a bola. Era um bom sítio para vos manter longe do dia da Mãe. Chove... hei-de encontrar solução.

de Sábado, Abril 30, 2005

sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

[Algures] dorme Bocage

Lá quando em mim perder a humanidade

Lá quando em mim perder a humanidade
Mais um daqueles, que não fazem falta,
Verbi-gratia – o teólogo, o peralta,
Algum duque, ou marquês, ou conde, ou frade:

Não quero funeral comunidade,
que engrole sob-venites em voz alta;
Pingados gatarrões, gente de malta,
Eu também vos dispenso a caridade:

Mas quando ferrugenta enxada idosa
Sepulcro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitáfio mão piedosa:

"Aqui dorme Bocage, o putanheiro:
Passou a vida folgada, e milagrosa:
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro."

Porque dele agora muito se fala e disto me lembrei

Ribeirada – poema de um só canto

Argumento

Quando o preto Ribeiro entregue ao sono
Jazia, lhe aparece e deus Priapo:
E com uma das mãos por ser fanchono,
Lhe larga na cabeça do marsapo:
Oferece-lhe depois em belo cono,
Cono sem cavalete, gordo e guapo:
Casa o preto, e a mulher, por fim de contas,
Lhe põe na testa retorcidas pontas.

Canto Único

I

Ações famosas do fodaz Ribeiro,
Preto na cara, enorme no mangalho,
Eu pretendo cantar em tom grosseiro,
Se a musa me ajudar neste trabalho:
Pasme absorto escutando o mundo inteiro
A porca descrição do horrendo malho,
Que entre as pernas alberga o negro bruto
No lascivo apetite dissoluto.

II

Oh! musa galicada e fedorenta!
Tu, que às fodas de Apolo estás sujeita.
Anima a minha voz, pois hoje intenta
Cantar esse mangaz, que a tudo arreita:
Desse vaso carnal que o membro aguenta,
Onde tanta langonha se aproveita,
Um chorrilho me dá, oh musa obscena,
Que eu com rijo tesão pego na pena.

III

Em Tróia, de Setúbal bairro inculto,
Mora o preto castiço, de quem falo;
Cujo nervo é de sorte, e tem tal vulto,
Que excede o longo espeto de um cavalo:
Sem querer nos calções estar oculto,
Quando se entesa o túmido badalo,
Ora arranca os botões com fúria rija,
Ora arromba as paredes quando mija.

IV

Adorna hirsuto ríspido pentelho
Os ardentes colhões do bom Ribeiro,
Que dão duas maçãs de escaravelho,
Não digo na grandeza, mas no cheiro:
Ali piolhos ladros tão vermelho
Fazem com dente agudo o pau leiteiro,
Que o cata muita vez; mas ao tocar-lhe
Logo o membro nas mãos entra a pular-lhe.

V

Os maiores marsapos do universo
À vista deste para trás ficaram:
E o do novo Martinho em prosa e verso
Mil poetas a porra descantaram:
Quando ainda o cachorro era de berço
Umas mossas por graça lhe pegaram
Na pica já taluda, e de repente
Pelas mãos lhe correu a grossa enchente.

VI

De Polifemo o nervo dilatado,
Que intentou escachar a Galatéia,
Pelo mundo não deu tão grande brado
Como a porra do preto negra e feia:
Da cotovia o bando galicado
Com respeito mil vezes o nomeia,
E ao soberbo estardalho do selvagem
As putas todas rendem vassalagem.

VII

O longo e denso véu da noite escura
Das estrelas bordado já se via;
E em rota cama a horrenda criatura
Os tenebrosos membros estendia:
Do caralho a grandíssima estatura
C'os lençóis encobrir-se não podia,
E a cabeça do fodaz de fora pondo
Fazia sobre o chão medonho estrondo.

VIII

Os ladros, que fiéis o acompanhavam
A triste colhoada a cada instante
Com agudos ferrões lhe trespassavam,
Atormentando a besta fornicante:
Na duríssima pele se entranhavam,
Suposto que com garra penetrante
O negro dos colhões a muitos saca,
E o castigo lhes dá na fera unhaca.

IX

Tendo o cono patente no sentido
Na barriga o tesão lhe dava murros;
E de ativa luxúria enfurecido
Espalhava o cachorro aflitos urros:
Com a lembrança do vaso apetecido
O nariz encrespava como os burros;
Até que em vão berrando pelo cono,
De todo se entregou nas mãos do sono.

X

Já roncando os vizinhos acordava
O lascivo animal, que representa
Com o motim pavoroso que formava,
Trovão fero no ar, no mar tormenta;
Com alternados coices espancava
De pobre cama a roupa fedorenta,
Que pulgas esfaimadas habitavam,
E de mil cagadelas matizavam.

XI

Eis de improviso em sonhos lhe aparece
Terrífica visão, que um braço estende,
E pela grossa carne lhe cresce
Debaixo da barriga ao negro prende:
Acorda, põe-lhe os olhos, e estremece
Como quem ao terror se curva e rende:
Com o medo que tinha, a porra ingente
Se meteu nas encolhas de repente.

XII

Do tremendo fantasma a testa dura
Dois retorcidos cornos enfeitavam;
E, debaixo da pança, a mata escura
Três disformes caralhos ocupavam:
O sujo aspecto, a feia catadura,
Os rasgados olhões iluminavam;
E na terrível destra o torpe espectro
Empunhava uma porra em vez de cetro.

XIII

Ergue a voz, que as paredes abalava,
E com a força do alento sibilante
Mata a pálida luz, que a um canto estava,
Em plúmbeo castiçal agonizante:
"Oh tu, rei dos caralhos (exclamava)
Perde o medo, que mostras no semblante:
Que quem hoje te agarra no marsapo
É de Vénus o filho, o deus Priapo.

XIV

"Vendo a fome cruel do parrameiro,
Que essas negras entranhas te devora,
De putas num covil deixei ligeiro,
Por fartar-te de fodas sem demora:
Consolarás o rígido madeiro
Numa fêmea gentil, que perto mora,
Mas não lho metas todo, pois receio
Que a possas escachar de meio a meio."

XV

Disse: e o negro na cama velozmente
Para beijar-lhe os pés se levantava;
Mas tropeça num banco, e de repente
No fétido bispote as ventas crava:
Não ficando da queda mui contente
Com uma gota de mijo à pressa as lava;
E, acabada a limpeza, a voz grosseira
Ao númen dirigiu desta maneira:

XVI

"Socorro de famintos fodedores,
Propícia divindade, que me escutas!
Tu consolas, tu enches de favores
O mestre da fodenga, o pai das putas:
Viste que, do tesão curtindo as dores,
Travava com o lençol imensas lutas,
E baixaste ligeiro, como Noto,
A dar piedoso amparo ao teu devoto.

XVII

Enquanto houver tesões, e enquanto o cono
For de arreitadas picas lenitivo,
Sempre hei-de recordar-me, alto patrono,
De que és de meus gostos o motivo:
Pois me dás glória no elevado trono,
E já, como o veado fugitivo
Que o caçador persegue, eu corro, eu corro
A procurar as bordas por quem morro."

XVIII

Deteve aqui a voz o rijo acento,
Que dos trovões o estrépito parece,
E logo diante os olhos num momento
A noturna visão desaparece:
Deixa Ribeiro o sórdido aposento,
Que de antigos escarros se guarnece;
E nas tripas berrando-lhe o demônio
Corre logo a tratar do matrimônio.

XIX

O brando coração da fêmea alcança
Com finezas, carícias e desvelos;
A qual sobre a vil cara emprega, e lança
(Tentação do demônio!) os olhos belos:
O fodedor maldito não descansa
Sem ver chegar o dia, em que os marmelos
Que tem junto do cu dêem cabeçadas
Entre as cândidas virilhas delicadas.

XX

Chega o dia infeliz (triste badejo!
Mísera crica! desditoso rabo!)
E ornado o rosto de um purpúreo pejo
Une-se a mão de um anjo à do diabo;
Ardendo o bruto em férvido desejo
Unta de louro azeite o longo nabo,
Para que possa entrar com mais brandura
A vermelha cerviz faminta, e dura.

XXI

Principia o banquete, que constava
De dois gatos achados num monturo,
E de raspas de corno, de que usava
Em lugar de pimenta o preto impuro:
Em sujo frasco ali se divisava
Turva água-pé: fatias de pão duro
Pela mesa decrépita espalhadas
A fraca vida perdem às dentadas.

XXII

Depois de ter o esposo o bucho farto,
Abrasado de amor na ardente chama,
Foge com leves passos para o quarto,
Ao colo conduzindo a bela dama:
Pelas ceroulas o voraz lagarto
A genital enxúndia já derrama;
Só por ver da consorte o gesto lindo
Inda antes de foder já se está vindo!

XXIII

Jazia o velho tálamo num canto
Onde de pulgas esquadrão persiste,
Para teatro ser do aflito pranto
Que havia derramar a esposa triste:
Oh noite de terror, noite de espanto,
Que das fodas cruéis o estrago viste!
Permite que com métrica harmonia
Patente ponha tudo à luz do dia.

XXIV

Ergue-lhe a saia o renegado amante,
Estira-se a consorte, ágil e pronta;
E ele a seta carnal no mesmo instante
Ao parrameiro mísero lhe aponta:
Com um só beijo do membro palpipante
Ficou subitamente a moça tonta,
E julgou (tanto em fogo ardia o nabo!)
Que encerrava entre as pernas o diabo.

XXV

Prossegue o desalmado; mas a esposa
Que não pode aturar-lhe a dura estaca,
Dando voltas ao cu muito chorosa
Com jeito o membralhão das bordas saca:
Ele irado lhe diz, com voz queixosa:
"Não és uma mulher como uma vaca?
Porque fazes traições, quando te empurro
O mastro? quando vês que gemo, e zurro?"

XXVI

Então, cheio de raiva, aperta o dente,
E na gostosa, feminil masmorra,
Alargando-lhe as pernas novamente,
Com estrondosos ais encaixa a porra:
Ela, que já no corpo o fogo sente
Do marsapo lhe diz: "Queres que eu morra?
Tu não vez que me engasgo, e que estou rouca,
Porque o cruel tesão me chega à boca?

XXVII

Ah! deixa-me tomar um breve alento,
Primeiro que rendida e morta caia..."
Mas ele, na foda é um jumento,
Não tem dó da mulher, que já desmaia:
Sentindo ser chegado o fim do intento,
Do ranhoso licor lhe inunda a saia;
Porque dentro do vaso não cabia
A torrente, que rápida corria.

XXVIII

De gosto o vil cachorro então se baba,
E vendo que a mulher calada fica,
"Consola-te (exclamou) que já se acaba
Esta fome voraz da minha pica."
E com muita risada se gaba
De lhe ter esfolado a roxa crica;
Mas ela grita, ardendo-lhe o sabugo:
"Ora que casasse eu com um verdugo!

XXIX

Fora, fora cachorro, não te aturo
Que me feres as bordas do coninho!"
E com desembaraço um teso e duro
Bofetão lhe arrumou no focinho:
Tomou em tom de graça o monstro escuro
A afrontosa pancada, e com carinho
Disse para a mulher: "Brincas comigo?
Pois torno-te a foder, por teu castigo."

XXX

Estas vozes ouvindo a desgraçada
De repente no chão cair se deixa;
E, temendo a mortífera estocada,
Ora abre os tristes olhos, ora os fecha:
Com suspiros depois desatinada
Da contrária fortuna ali se queixa:
Até que ele lhe diz, com meigo modo:
"Levanta-te do chão, que não te fodo."

XXXI

Alma nova cobrou, qual lebre aflita,
Que das unhas dos cães se vê liberta;
E apalpando a conaça (oh que desdita!)
Mais que boca de barra a encontra aberta;
Mas consola-se um pouco, e já medita
Em fugir da ruína, que é tão certa;
E em vingar-se do horrível Brutamonte,
Ornando-lhe de cornos toda a fronte.

XXXII

Tem conseguido a bárbara vingança
A traidora mulher, como queria;
E o negro com a paciência branda e mansa,
Sofrendo os cornos vai de dia em dia:
Bem mostra no que faz não ser criança,
Que de nada o rigor lhe serviria;
Porque se uma mulher quiser perder-se,
Até feita em picado há-de foder-se.

XXXIII

Agora vós, fodões encarniçados,
Que julgais agradar às moças belas
Por terdes uns marsapos que estirados
Vão pregar com os focinhos nas canelas:
Conhecereis aqui desenganados
Que não são tais porrões do gosto delas;
Que lhes não pode, enfim, causar recreio
Aquele que passar de palmo e meio.

O primeiro dia da Mãe

Já quase passou um ano desde que te tornaste Mãe. Amanhã é o teu dia. Já fizeste 14 anos. Não tens Mãe que te aconchegue, mas tens filha que abraces. Com força, com muita força. Com tanta força como a que abraças a tua vida. Boa V., és uma linda Mãe. És uma linda menina-mãe.

de Sábado, Abril 30, 2005

De que tamanho é o que sentes?

- De que tamanho é o que sentes, quando sentes muito?
- Não te sei responder a essas coisas...
- Sentes forte? Sentes pouco? Dói?
- ...
- Conheces o sentimento em bruto? Bruto, assim como o diamante antes de ser lapidado? Odeias alguém?
- Não sei, acho que não...
- Eu odeio uma pessoa, só uma. Odeio-a tanto como outrora amei outra.
- Não é a mesma coisa...
- Não, não é a mesma coisa, mas a dor que uma causa e a ausência da outra provoca... é igual. O Amor e o Ódio tocam-se no infinito, como as linhas paralelas.
- Aquelas linhas que sempre encaixas na tua vida... haja paciência!

[...]

- Não acredito que possas odiar alguém, não tu!
- Acredita que odeio. Um ódio de morte!
- A morte para ti não é uma coisa má, pois não? Não é o que sempre dizes? A morte liberta, a morte descansa... Além de que com todo esse Amor que em ti transportas, esse amor por tanta coisa, visível e invisível, não acredito que haja espaço para o ódio.
- Há, há sempre espaço em mim para o ódio, enquanto houver espaço na vida que me rodeia para quem eu odeio.
- Tu amas de mais, Patricia... Nunca conheci ninguém que amasse como tu. Tu destróis-te no amor.
- E por isso odeio tanto também. É do meu amor por uns que me nasce o ódio pelo outro!
- Outro? Um homem?
- Achas?! O outro é o bloco de gelo salgado!
- Salgado? Como o mar que amas?!
- Não, como a água que queima a ferida. Desinfecta mas não cura. Engana...

[...]

- Como eu odeio, meu Deus...
- Não chores...
- Deixa que chore...
- Mas as lágrimas também são sal, não curam!
- Não, não curam... definitivamente não curam! Mas enquanto me ardem os olhos não sinto o rasgar do peito. Como eu odeio!
- Vá tem calma...
- Quanta mais calma tenho de ter? Quanto mais calma me faço, mais me sinto morrer. Quanto mais calma arquitecto em mim, mais a sinto crescer, crescer, crescer... e o ódio de mim se ocupar.

de Terça-feira, Dezembro 27, 2005

Palavras soltas

Constatei e confirmei que as palavras realmente se soltam de mim, logo que por aqui as solto, quando percebi o quanto gosto de ler e comentar a desconhecida que por aqui fica.

Pensei, durante uns tempos, que fosse esquizofrenia, andava contente com a ideia de multi-identidades de mim perdidas no mundo. Num dia assim, no outro dia ao contrário. Num dia certa, no outro insegura. Uma, outra, outra uma e uma outra... Uma escrevia, a outra negava, uma dizia, a outra rebatia!

Afinal, é só uma perda, uma grande perda... a perda das palavras soltas na Onda...

Diário de bordo

Querido Diário...
Primeiro Dia: Já estou preparada para fazer este maravilhoso Cruzeiro. Trouxe na mala as minhas melhores roupas! Estou excitada!!
Segundo Dia: Estivemos o dia todo a navegar pelo mar. Foi lindo e vi alguns golfinhos e baleias! Que férias maravilhosas estou a ter!! Hoje encontreime com o Capitão, que por sinal é um belo homem!
Terceiro Dia: Hoje estive na piscina. Fiz também um pouco de surf e joguei um pouco de golfe. O Capitão convidou-me para jantar na sua mesa. Foi uma honra e a noite foi maravilhosa. Ele é uma homem muito atraente e culto.
Quarto Dia: Fui ao Casino do navio! Tive muita sorte, ganhei 800€. O Capitão convidou-me para jantar com ele no seu camarote. A ceia foi luxuosa com caviar e champanhe. Depois de comermos ele perguntou se eu queria ficar na sua cabine, mas eu recusei o convite. Disse-lhe que não queria ser infiel ao meu marido.
Quinto Dia: Hoje voltei à piscina para me queimar um pouco. Depois, decidi ir ao Piano Bar e passar por ali o resto do dia. O Capitão viu-me e convidou-me para tomar um aperitivo. Realmente ele é um homem encantador. Perguntou-me novamente se eu queria visitá-lo no seu camarote nessa noite. E eu disse que não! Então ele ameaçou que se eu continuasse a rsponder que não, ele iria afundar o navio! Fiquei aterrorizada!
Sexto dia: Hoje salvei 1600 pessoas.................................. duas vezes!!!!!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Os dias crescem

E a Vida cresce em mim! Que se dane o cansaço, que se dane o excesso de trabalho, que se danem as correrias do dia-a-dia... A Vida cresce em mim!

Novas regras...

Isto hoje mudou!

'druska

Somos manas. Um mundo nos separa. Tenho quase o dobro da idade dela. Ela é bonita e magrinha, eu sou assim-assim e compacta. Ela desliza na vida, eu arrasto-me. Não tem sempre o que comer, eu nunca quero comer o que tenho sempre. Ela é orfã, eu tenho uma Mãe perfeita. Tem força, muito mais força do que eu. Não queremos o mesmo da vida, os meus amigos não sabem quem é, os seus namorados nunca vi. Fazemo-nos companhia nos quilómetros que galgamos juntas. Eu nasci com acesso a tudo, ela nasceu limitada a menos do que o mínimo desejável. Pede-me conselhos, ouve as minhas neuras. Conta-me as suas aventuras, eu conto-lhe as desventuras! Temos uma coisa em comum, gostamos muito deles.

de Sábado, Abril 30, 2005

As contas

Ontem estive contigo a estudar matemática. Esse terrível monstro que nos atormenta toda a vida... ao princípio não percebias porque tinhas de somar primeiro o que estava entre parênteses. Depois começaste a descobrir, pouco a pouco, o segredo daquelas fórmulas malucas... Perguntei, se a L. tem 237 laranjas, come 67 e oferece 39 à P., com quantas fica? Riste-te, respondeste certo e pediste para seres tu a inventar o próximo problema.

O C. tinha 486 bolas de futebol. O segurança tirou-lhe 49, 23 foram parar ao jardim da vizinha. Com quantas ficou o pobre coitado?!?!

Não te quero perder nunca! É essa a única fórmula mágica que quero saber resolver o resto da minha vida.

de Terça-feira, Fevereiro 01, 2005

Sobre as amizades

A propósito da Presidência da União Europeia e do discurso de Durão Barroso, diz Nuno Rogeiro, independentemente das amizades que Portugal possa ter com o Presidente, Portugal tem de fazer os trabalhos de casa...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Comentando os comentários

  • By Macaco Adriano: O prémio é uma viagem virtual à maior Onda do mundo! Esta mesma, claro!!
  • By Jorge: Peço desculpa mas eu não voto, nem bem, nem mal. Trata-se de um direito e um dever que me dou o direito e o dever de não cumprir. Temos pena.... Mas também não me queixo do estado do País, dos políticos ou dos impostos.
  • By daalgempaKu: Não percebi patavina, mas se é para ser cobaia, 'tou nessa!!
  • By holeart: MGM?? MG só conheço o B, MGB. Carrinho bonito, motor pesado, cabelos ao vento... gosto, gosto muito! Quanto às maminhas, cada um é livre de gostar das que quiser, boa?! Assim todas as maminhas são gostadas, sem qualquer preconceito ou descriminação!!
  • By holeart: ... boa pessoa ... está dentro dela, pode mesmo ter dentes de vampiro e garras de puma! ... boa pessoa ... está sempre lá dentro!
  • By Macaco Adriano: Ai que comentário tão sério a um dizer meu tão palerma... ;)
  • By Jane & Cia: Bem escrito, mal escrito, bem me quer mal me quer...

sábado, 21 de janeiro de 2006

Livro de Reclamações

Já vi o primeiro Livro de Reclamações!!

Dou um prémio a quem adivinhar onde foi!!!

Tentem a V/ sorte!!

?

@ said...
Está muito bem escrito...
11:21 AM


Li isto por aí... o que significa verdadeiramente bem escrito? Eliminando qualquer análise a erros ortográficos ou de síntaxe, o que quer dizer Está muito bem escrito? Quais são os cânones por que nos regemos? É só uma opinião? É uma constatação absoluta? Bem escrito... Não é o mesmo que dizer gostei muito, pois não? Ou pois sim?

sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

E viva o sexual fim-de-semana!...

Roubei ali...

Ah, deixem-se de abraços e de beijos,
de grandes planos de frentes e traseiros!
Não se lambam sob a luz cruentados projectores.
Poupem-nos a essas cópulas tecnicolores.
Na posição do "missionário", denegrida,
ainda se move muita gente,
muita vida.

E se a Carole não gosta, gosta a Ana!
E viva o sexual fim-de-semana!...

Alexandre O´Neill
(Pornocine)

INFINITO

Quem olhar
No meu olhar
Verá primeiro
O teu olhar
Depois lá longe o mar
No final desse infinito
Um oceano guardado
Chorando ao contrário
Numa espera contida

Por onde eu tenho andado?
Peço para ninguém perguntar
Só sei que ando perdida
Peço a alguém para me encontrar
Onde existe uma saída
Antes de eu perder a vida
emc, 2003

quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

isso ... é mesmo intimo ou publico?

Ontem escrevi, pela primeira vez e tal como o disse logo na altura, para uma pessoa em especial. Escrevi para ela. Quando li o comentário do holeart fiquei a pensar no sentido das coisas que se dizem. Pensei no Amor, também. Mas não pensei no Amor ao escrever para essa pessoa ou ao ler o comentário. Pensei depois, pensamento puxa pensamento, verde puxa Benfica... nada a ver, tudo ligado!

Íntimo ou público? É suficientemente íntimo para poder ser público.

Se a pessoa para quem escrevi isto viesse aqui, tenho toda a certeza que se pode ter, de que saberia que fora escrito para ela. Não sei se vai sequer chegar a ler, não é esse o sentido da escrita, mas saberia que era para ela. Saberia porque é suficientemente íntimo para que o entendesse. Para que o soubesse. São sinais, sinais daqueles perceptíveis apenas para aqueles que os partilham.

No entanto, há muita gente que, podendo passar por aqui, pelas mesmas razões que verde puxa Benfica, entenderia que o houvera escrito para si. E por isso é público também. Porque as palavras soltam-se aqui para quem as quiser apanhar. Ou para quem as conseguir agarrar.

Foi então que pensei no Amor, na forma como eu transcrevo para aqui o Amor quando pego, por exemplo nas palavras da Eugénia Mello e Castro. Lendo-as sozinha no meu canto, imagino-a a escrever para um Amor perdido. Ausente. Mas um Amor daqueles entre o homem e a mulher. Um Amor daqueles que eu transcreveria no dia em que o homem que eu Amasse de mim se perdesse. Transcreveria, porque na realidade quando o transcrevi, transcrevi-o para o meu Irmão. Que se apartou de mim.

E é assim o Amor. E é assim sem sentido O sentido das coisas.

Revolucionários


Cada um tem os que merece... ou não!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

O sentido das coisas

Não preciso do teu tempo, não preciso da resposta ao meu sms.

Não preciso do teu olhar, não preciso nem sequer da tua palavra.

O teu pé toca ao de leve na sola da minha bota e eu já sei, já sinto.

Já to disse, não preciso do teu abraço, só preciso de saber que sabes que eu preciso do abraço.

O toque do teu pé ao de leve na sola da minha bota...




ps: é a primeira vez que escrevo assumidamente para alguém.

Destressante feminino - funciona mesmo!

Meninas usem quando estiverem stressadas!

Homens sejam simpáticos e passem às vossas amigas.

http://unix.rulez.org/~calver/funny/swf/girl_power.swf

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Procura-se, nem vivo, nem morto

Talvez morto...

Procura-se, nem vivo, nem morto

Talvez morto...

Alguém viu por aí um filho da puta? Não se sabe quando foi visto pela última vez, nem que roupa vestia, nem que destino queria... Foi, com toda a certeza, muito antes das 14:30 do dia 16.

Se alguém o vir, pedimos com todas as nossas forças, que lhe dê o seguinte recado:

Queremos mais é que te fodam e, de preferência, bem longe daqui, mas... estão várias pessoas, crianças até, à espera que te dignes a aparecer para ouvir uma sentença que, infelizmente, tem de aguardar o teu regresso. Sem ti, nada sabemos. Manias, burocracias, tribunais e advogados, a corja... Por uma última vez que seja, tenta respeitar pelos menos os que ainda são crianças!

Recuperação

Procura-se, nem vivo, nem morto

Talvez morto...
Alguém viu por aí um filho da puta? Não se sabe quando foi visto pela última vez, nem que roupa vestia, nem que destino queria... Foi, com toda a certeza, muito antes das 14:30 do dia 16.
Se alguém o vir, pedimos com todas as nossas forças, que lhe dê o seguinte recado:

Queremos mais é que te fodam e, de preferência, bem longe daqui, mas... estão várias pessoas, crianças até, à espera que te dignes a aparecer para ouvir uma sentença que, infelizmente, tem de aguardar o teu regresso. Sem ti, nada sabemos. Manias, burocracias, tribunais e advogados, a corja... Por uma última vez que seja, tenta respeitar pelos menos os que ainda são crianças!

posted by maresia at 23:01

10 Comments:

wind said...
li tudo o que tens para baixo e estou interessada enm continur a ler.
03:33

A. said...
Vou continuar por ti... Um abraço... mesmo.
19:09

Farkas said...
gostei do que li aqui voltarei. agradeco a visita pelo quase diário
22:43

holeart said...
este recado tem mesmo destinatario?
06:40

Masgorellie said...
He visto miles de esos, te mando su media filiacion para que los registres.
23:17

Jane & Cia said...
Pai e Mãe como condição física versus paternidade emocional... de onde nascem os laços que unem (e os que desunem) os seres?
23:28

Perfect Woman said...
Maresia, obrigada por te teres dado a conhecer atravéz do meu cantinho de transisão para a blogger... Anida bem que gostaste das fotos, porque eu aqui gostei mesmo foi do que escreveste. tens humor, ;-) jinhos ternos
12:06

frog said...
Querida Maresia, não poso deixar de associar este texto ao anterior. Partilho da tua indignação, mas neste momento será pior se perderes a serenidade. Sei que não é fácil... mas tenta!!! Abraço-te com amizade
15:35

JL said...
Vim parar aqui através da visita e do comentário no "O Observatório". Visitei os 4 blogs. Confesso que quando me deparei com um perfil e 4 blogs senti-me tentado a ir embora e não visitar nenhum. Mas, não tendo cedido a essa tentação inicial, acabei por escolher este para visitar, comentar e revisitar. Vou colocá-lo nos meus favoritos. Porquê? Nem eu sei. Sinto que estes teus desabafos que correspondem a um "fardo" se forem "escutados", torna-lo-ão (ao fardo) talvez mais leve de transportar. E não é que eu seja algum "bom samaritano". Talvez gostasse,apenas, que fizessem o mesmo comigo. Talvez. Bom fim de semana.
23:56

TUBARÃO!!! said...
Gosto deste príncipio de ti!
17:54

Tabacaria

Não sou nada /Nunca serei nada /Não posso querer ser nada /À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo /... /Falhei em tudo /Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada /.../Saio da janela, sento-me numa cadeira /Em que hei de pensar? /Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? /Ser o que penso? /Mas penso tanta coisa! /E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! /Gênio? /.../Não, não creio em mim /Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas! /Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? /Não, nem em mim... /Serei sempre o que não nasceu para isso /Serei sempre só o que tinha qualidades /Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta /E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira /E ouviu a voz de Deus num poço tapado /Crer em mim? /Não, nem em nada /...

(Come chocolates, pequena; Come chocolates! Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. Come, pequena suja, come! Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho, Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

ÁLVARO DE CAMPOS /15-1-1928

segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

Às vezes a vida dói, é só isso, não entendes?!

Mistérios da mente feminina

No seguimento da recusa de uma mulher, a M2, em deixar manter o contacto da sua filha com os filhos não-biológicos da outra, a M1, crianças que seriam qualquer coisa como primos, desenrola-se a seguinte conversa (as duas são familiares pois assim ficou determinado após duas assinaturas num qualquer papel num dia de inverno).

M1: Não sei se vou conseguir ir, as irmãs da L. vão para adopção e o tribunal determinou o corte com a ligação aos irmãos. A L. está a precisar do meu carinho.

M2: Que bom irem para adopção, só não percebo porque há-de o tribunal determinar que os irmãos não se podem ver!

M1: ... [o melhor é ficar calada ou ainda lhe dou um estalo... ora que raio, talvez o tribunal assim determine porque os pais adoptivos têm a mesma mentalidade do que tu, ó meu estupor!] [ainda bem que fiquei calada, mas meses passados continuo sem entender os mistérios da mente feminina] [há quem culpe as hormonas, eu culpo mesmo a maldade][lembrei-me disto hoje, o dia da sentença]

Puta de vida, é o que vos digo!

Sentença

Pior do que qualquer sentença, é a angústia da espera.

Pior do que qualquer espera, é a angústia de saber que um pai não vai ouvir a sentença.

Pergunto-me agora se, há dois anos atrás, não teria sido melhor para todos que o 20 não o tivesse ameaçado com um buraco a sete metros do chão.

Perdia-se uma Mãe, sumia um pai, dividiam-se as crianças. Chorava-se em bloco e de uma só vez. Dois anos depois, vejo crescimento, ligações, esperanças juntarem-se num bolo de desilusões.

A pergunta fica sempre, o que é que eu poderia ter feito mais? Para continuar em Paz, só posso responder-me continuamente nada nada nada. Pode ser que um dia me convença. Até para o bem dos que ficam.

Ausência

Transcrevo de novo o meu Amor
Por nada do que espero ao meu alcance
Não chego onde não espero o meu enlace
Laços onde não espero a tua ausência

Não sinto a tua vinda ao meu encontro
Não estou onde estarias se assim fosse

Não quero te encontrar
Não apareças
Transcrevo o meu Amor
Quero que esqueças

Se existes
De onde estás
Não digas nada

emc, 2003

Andava eu distraída no deserto


Só hoje de manhã é que me apercebi que as eleições não foram ontem...

de "ao encontro"

Cheguei, olhei-a e puxei-a ao meu regaço. Apertei-a no meu abraço. Aconcheguei-a em mim. Juntei-a ao meu peito e no calor do meu enlaço sussurrei-lhe baixinho, sussurrei-lhe quase em suspiro, para não a assustar. Um dia, disse-lhe em jeito de confissão, um dia a Benedita também vai reconhecer este abraço. Um dia... Vai ser no dia a seguir ao de "ao encontro".

Inquietude

Dizes-me inquieta. Mas não vês...

Esta inquietude que em mim sentes, não é minha, é nossa. Há mais qualquer coisa. Não, há menos qualquer coisa...

Estás de novo aqui, à minha frente, e não sei para onde olhar. Não sei o que dizer, não sei onde as minhas mãos pousar. Agarro a chave, olho o relógio, imagino-me a milhas deste tempo. Penso se estará na hora de ir. A chave, sempre a chave. Rodo-a, rodo-me, rodo-nos, a ver se encontro uma saída. Perdi o fio que nos conduzia. Não sei onde se partiu. Nem sei mesmo se se partiu. Não sei onde parámos, porque parámos, quando parámos. Deixei o mapa algures lá atrás. Não sei onde ficámos. Quero dizer-te que nos perdi. Mas não sei se nos perdi. E não sei dizer-te que não sei onde estivemos antes daqui.


Parece-me voltar atrás, ao princípio dos tempos, quando ainda não éramos assim, assim como depois fomos e como depois o deixámos de ser. E agora? Agora... agora não sei para onde olhar. Perdi o hábito de me mostrar. Já não sei como era que desligava. Como era quando me desligava. Perdi o sentido de ali estar. Não sei onde ficámos para poder continuar. Não sei se ficámos para continuar.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

PAZ

Agora que está tudo certo/ O céu e o inferno em paz/ E eu sou uma menina/ Igual a um rapaz/ Não estou em lugar algum/ Que se possa descrever/ Do silêncio sobra o resto/ Que o barulho ensurdecer/ Agora que está tudo perto/ O céu e o inferno em paz/ Pareço outra menina/ Igual a outro rapaz.

emc, 2003

Eu bem digo...

... que gosto deste homem!


Não sei se és tu que estás de costas para a fotografia se a fotografia é que se virou para as tuas costas. Qual das duas teve o melhor gosto, tu por não gostares de fotos ou a foto por gostar de ti? ;)
By
Mauro

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Gorros


Os gorros são bem giros e ela parece ser uma mulher de armas! Dêem lá uma vista de olhos!









A mensagem que recebi [eu não gosto muito da forma como a coisa vem abordada, a bênção e o estoicismo... mas enfim, os gorros são giros!]:

Meus amigos,
Gostaria de levar ao vosso conhecimento a seguinte situação: Existe uma estilista, de seu nome Ana Madragoa, que se encontra em início de carreira e que eu adoraria ver a alcançar um lugar ao sol!

Tenho razões muito fortes que apoiam este meu desejo: A Ana é uma lutadora por natureza e tem passado pelas situações mais adversas! No meio da negra tempestade que tem sido a sua vida, surgiu um raio de luz na pessoa do seu filho, criança amorosa e inteligente, nascida com uma deficiência que não lhe permite andar ou movimentar-se.

Aquilo que para alguns poderia ter sido encarado como uma desgraça, a Ana tomou como uma bênção e tem lutado estoicamente pelo bem-estar e saúde do seu pequenino, o qual já foi submetido a vários tratamentos e cirurgias. Esta Mãe fantástica tem feito tudo ao seu alcance para poder fazer face aos custos que acarreta a situação, nomeadamente, lançou uma linha de gorros giríssimos que podem observar em http://anamadragoa.blogspot.com.

É de louvar o facto de a Ana trabalhar sozinha, sem ninguém para a ajudar.Venho assim, apelar para a vossa generosidade e empenho em dar a mão a uma Mulher de grande coragem, preserverança e, acima de tudo, muito, muito amor pelo filho! É comovente ouvi-la falar dele e o orgulho e felicidade com que o faz!

Por favor, divulguem esta situação, vamos ajudar a Ana a dar um futuro melhor ao seu bebé...!Se pelo menos divulgarem o seu trabalho, já estão a ajudar bastante!

Agradeço muito o tempo q vos tomei, e acho que será concerteza muito bem empregue,
OBRIGADA!
VAMOS COMEÇAR BEM 2006!!!!!

Santana Flopes

Estas coisas fascinam-me!

Não sei muito bem o que este senhor (?) disse, nem onde, nem como, mas parece que fez um qualquer comentário sobre a possibilidade de se gerarem conflitos (?) entre Cavaco Silva e o Governo PS.

Só tenho duas questões:
  • Em primeiro lugar, não consigo compreender como é que este senhor ainda é chamado a dar opiniões seja onde for...
  • Em segundo lugar, independentemente do que ele possa dizer e da verdade ou não das suas opiniões, ainda alguém no seu perfeito juizo lhe dá ouvidos?!

Estas coisas fascinam-me!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Eu nunca me esqueço de vocês!

Eu nunca me esqueço de vocês!

Lá do alto da escada, quando já todos se afastavam, a 6 chama!

Eu nunca me esqueço de vocês!

Se for a última, será a melhor frase de sempre para um final infeliz.

Pergunto-me se ela saberá... É esperta, sabe que está numa casa que não sente dela, quando é que posso ir para casa? já estou aqui há muitos anos, estou farta do quarto dos sonhos!, deve estar a ser orientada para aceitar um novo Pai e uma nova Mãe... Saberá que pode ter sido a última?

Eu nunca me esqueço de vocês!

Lá do alto da escada, quando já todos se afastavam, a 6 chama!

Eu nunca me esqueço de vocês!

Se for a última, será a melhor frase de sempre para um final infeliz.

Pergunto-me se ela saberá... É esperta, sabe que está numa casa que não sente dela, quando é que posso ir para casa? já estou aqui há muitos anos, estou farta do quarto dos sonhos!, deve estar a ser orientada para aceitar um novo Pai e uma nova Mãe... Saberá que pode ter sido a última?

Há jogos perigosos...

Hoje a 17, a 21 e o pai foram visitar a 3 e a 6.

Há jogos perigosos...

Ao fim de 22 meses, a Casa aceita uma visita, entre as 15:00 e as 16:00, pedida pela 17. Ao fim de 22 meses e a menos de uma semana da decisão do Juíz. É muito pouco provável que a decisão seja pela continuidade do elo à família. Ainda não sei como vou falar disto com a minha 10...

Mas dizia, uma visita. Porquê? Se a Casa desmontou em tribunal qualquer tipo de tentativa de justificação da importância da ligação entre os irmãos, não falo do pai, porquê aceitar agora uma visita? A dias da oficialização da perda do poder paternal, porquê? A dias da 3 e da 6 irem definitivamente fazer parte de outro mundo, onde não há espaço para estes outros?

Porque a Casa não é magnânime, não está ali para nos fazer o jeitinho, para dar a mão aos que sofrem deste lado... Muito menos quando os telejornais nos enchem os olhos e os ouvidos de histórias de crianças maltratadas. Por um pagam todos e, vendo bem, até é justo. Por uma criança incorrectamente retirada ao seu meio original, podemos estar a salvar 10. Ou não... A irmã do A foi devolvida ao fim de um ano... casos, casos, casos, montam-se e desmontam-se.

Mas a casa tem muita experiência. Desta forma desmonta, também, qualquer tipo de argumento que se baseie na dificuldade, real e documentada em todo o processo, em acordar horas de visita com o 20, o real cabeça de casal, na falta de flexibilidade, nos entraves. Pois se, a poucos dias da separação formal, ainda facilitaram o encontro.

Só tenho pena que, mais uma vez, o horário tenha sido imposto para as 15:00, impossibilitando novamente a presença do 20.

Há jogos perigosos...

Hoje a 17, a 21 e o pai foram visitar a 3 e a 6.

Há jogos perigosos...

Ao fim de 22 meses, a Casa aceita uma visita, entre as 15:00 e as 16:00, pedida pela 17. Ao fim de 22 meses e a menos de uma semana da decisão do Juíz. É muito pouco provável que a decisão seja pela continuidade do elo à família. Ainda não sei como vou falar disto com a minha 10...

Mas dizia, uma visita. Porquê? Se a Casa desmontou em tribunal qualquer tipo de tentativa de justificação da importância da ligação entre os irmãos, não falo do pai, porquê aceitar agora uma visita? A dias da oficialização da perda do poder paternal, porquê? A dias da 3 e da 6 irem definitivamente fazer parte de outro mundo, onde não há espaço para estes outros?

Porque a Casa não é magnânime, não está ali para nos fazer o jeitinho, para dar a mão aos que sofrem deste lado... Muito menos quando os telejornais nos enchem os olhos e os ouvidos de histórias de crianças maltratadas. Por um pagam todos e, vendo bem, até é justo. Por uma criança incorrectamente retirada ao seu meio original, podemos estar a salvar 10. Ou não... A irmã do A foi devolvida ao fim de um ano... casos, casos, casos, montam-se e desmontam-se.

Mas a casa tem muita experiência. Desta forma desmonta, também, qualquer tipo de argumento que se baseie na dificuldade, real e documentada em todo o processo, em acordar horas de visita com o 20, o real cabeça de casal, na falta de flexibilidade, nos entraves. Pois se, a poucos dias da separação formal, ainda facilitaram o encontro.

Só tenho pena que, mais uma vez, o horário tenha sido imposto para as 15:00, impossibilitando novamente a presença do 20.

Se eu acreditasse na verdade absoluta...

a says:
OK FAZ UM ESFORÇO
PAT <2ª> says:
eu faço sempre


PAT <2ª> says:
eu faço é esforço de mais e nunca chego para mim...

Já cá faltavam as conversetas da treta...

  • mas então ainda não resolveram isso?!
  • eh pah! isso o quê?! não há nada p'a resolver!!
  • mas nem conversaram?
  • conversaram?! deixa cá ver como é que eu te vou explicar isto de forma a que entendas de uma vez... olha, estamos em black out!!!
  • em quê?!
  • black out! não é isso que dizem no futebol?!?
  • sei lá, não gosto de futebol!
  • então fazemos assim, tu finges que gostas de futebol e eu finjo que ainda não estou irritada com o teu desentendimento, boa?!?

estou AZUL de tanto trabalho...

Voltarei em breve!
  • Responderei aos temas não-azuis (se é que existem)
  • Darei continuação a alguns comentários específicos, como é habitual

Não deixem de passar por aqui...

estou AZUL de tanto trabalho...

Voltarei em breve!
  • Responderei aos temas não-azuis (se é que existem)
  • Darei continuação a alguns comentários específicos, como é habitual

Não deixem de passar por aqui...

Best of!

Não posso deixar de fazer isto! Tenho tido comentários memoráveis a alguns dos meus textos, uns sérios, outros cómicos, uns leves, outros simplesmente na hora certa! Aqui fica uma selecção de alguns, retirados de todos os meus espaços, e sem qualquer tipo de discriminação para com os restantes...
  • Frase da semana

    *
    E ele ainda se lembra desse tempo? - By
    D@qui

  • Comunicado

    *
    Sara MM said… mas a roupita da women secret pode ser azul!!!

  • Segunda-feira, 9 de Janeiro 1995 - 2006

    *
    A vida dá tanta volta, que as voltas da vida voltam-nos a vida às voltas - By
    Lalisca [acertei os acentos]

    * Gosto destes carrosseis sempre às voltas como a vida mas onde se pode efabular o mundo e as situações. gostei. - By
    hfm [efabular é uma das grandes!]

    * Se formos a comparar os carrosséis com a vida, às vezes são piores as voltas que a vida nos dá do que as dos carrosséis. Tomara que a vida pudesse ser sempre como um carrossel: por muitas voltas que desse sabíamos sempre onde íamos parar, as voltas e reviravoltas eram acompanhadas de música e mil cores, tínhamos sempre algo a que nos agarrar e muitas vezes companhia ao nosso lado. Ah vida, vida, porque não és mais como uma carrosel e é tão... (vi)vida.? - By
    Mauro [eu gosto deste homem]

  • Ele vai aqui uma fauna...

    *
    romero said… deseño con un punto .... mira -- . -- se quedó azul ?

  • a bem dezêri...

    *
    Sara MM said… vou fazer um post por causa disto ;o) [e fizeste ou não?!]

    *
    Jane & Cia said… que couberem no saco ou que couberem na carteira! Azul nu? será que existe?

  • Chama-se a isto...

    *
    Tens de concordar que tem bom cabelo - By
    paulo [lol será que dá para um anúncio Pantene? ele diz isto porque nunca viu a minha trunfa ao vivo lol]

  • Ainda o NATAL que, definitivamente, não é AZUL

    *
    deumus said… Serás uma alma lúcida? [lúcida?!?!! lol]

    *
    SEAMOON said… a CULPA É DA COCA COLA...

  • Ideia copiada!

    *
    Punheta de bacalhau não é mau de todo, não senhor!... ;) - By sotavento [confesso que nunca bati. NUNCA COMI, comi, disparate!!]

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Chama-se a isto...


...
marketing pessoal
egocentrismo
eu cá sou muita gira mas é já quando vou de retirada
hás-de cá vir mas é de costas
adoro-me
esta gaja tem a mania que é boa
convencida do catano
cor, luz, música, dança
amor-próprio
alegria
estavas já com uma tosga que nem te aguentavas
...

O corpo na dança




Natal 2005 - jantar da MS

Frase da semana

Para Mário Soares, beijar velhinhas não é campanha!! É cumprimentar amigas de infância.

O SOL na A5

Eu gosto muito de entrar na A5 nesta altura do ano.

Já não fico encadeada.

Significa que o Sol já vai mais alto àquela hora do dia.

Significa que os dias crescem para mim.

Significa que, não tarda nada, já passou o Inverno frio, a Primavera das alergias e o Verão vai chegar para me aquecer a Alma.

E lá venho eu!

Não há trânsito maluco que me tire este gostinho especial do Sol a subir, a subir, a subir, até rebentar numa onda de calor e alegria.

Não tarda nada! Ou tarda sempre menos do que ontem...

Bom Sol para todos nós!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Segunda-feira, 9 de Janeiro 1995 - 2006

1000imagens © Cristina Silva, aqui

A vida é um carrossel, por mais voltas que demos, no fim acabamos sempre no mesmo sítio

domingo, 8 de janeiro de 2006

1000olhos

Ao procurar uma imagem de um Carrossel, lembrei-me do João, com quem não tenho tido muito contacto directo, mas que sempre vou seguindo através dos seus projectos.

Olá João! Bom ano, cheio de imagem, cor, luz, movimento, projectos, vida, recordações...

1000olhos - Imagem e Comunicação, lda

sábado, 7 de janeiro de 2006

Existe o nú artístico. Será que também existe o nú AZUL?

At 20:27, Jane & Cia said…
que couberem no saco ou que couberem na carteira!

Azul nú? será que existe?

Claro que existe!!! Se ficarmos muito tempo nús ao relento, ai não que não ficamos, AZUIS de frio!!!

está a parecer-me que ainda está para nascer o que quer que seja que eu não consiga transformar em azul!!

Está lançado o desafio!! Consegues pensar em alguma coisa que não seja AZUL???

Existe o nú artístico. Será que também existe o nú AZUL?

At 20:27, Jane & Cia said…
que couberem no saco ou que couberem na carteira!

Azul nú? será que existe?

Claro que existe!!! Se ficarmos muito tempo nús ao relento, ai não que não ficamos, AZUIS de frio!!!

está a parecer-me que ainda está para nascer o que quer que seja que eu não consiga transformar em azul!!

Está lançado o desafio!! Consegues pensar em alguma coisa que não seja AZUL???

As personagens principais

Vou falar de cada uma das minhas personagens apresentando-as pela sua idade na altura da morte da Mãe, no dia 27 de Dezembro de 2003. Mas a história começa ainda a menina mais nova não tinha nascido, em 1999.

Numa casa viviam, e as idades são as de 2003:
  • Uma Mãe (daquelas com maiúscula) alcoólica
  • Um pai (daqueles como minúscula)
  • 5 Filhas: 3, 6, 10, 13 e 17
  • 2 Filhos: 14 e 20

Ainda, como semi-principal, mas não a viver na mesma casa, mais uma filha de 21 com uma filha 3 e um filho 1. Um "marido" de idade próxima.

Os outros somos nós, os que girávamos e ainda/ou não giramos em torno deles.

As personagens principais

Vou falar de cada uma das minhas personagens apresentando-as pela sua idade na altura da morte da Mãe, no dia 27 de Dezembro de 2003. Mas a história começa ainda a menina mais nova não tinha nascido, em 1999.

Numa casa viviam, e as idades são as de 2003:
  • Uma Mãe (daquelas com maiúscula) alcoólica
  • Um pai (daqueles como minúscula)
  • 5 Filhas: 3, 6, 10, 13 e 17
  • 2 Filhos: 14 e 20

Ainda, como semi-principal, mas não a viver na mesma casa, mais uma filha de 21 com uma filha 3 e um filho 1. Um "marido" de idade próxima.

Os outros somos nós, os que girávamos e ainda/ou não giramos em torno deles.

PRINCÍPIO DE MIM

O fim de mim neles
Eu ia usar
este espaço para contar a minha vida em imagens. Andava a digitalizar fotografias antigas e a escolher algums novas. E...

O fim de mim neles

Eu ia usar este espaço para contar a minha vida em imagens. Andava a digitalizar fotografias antigas e a escolher algums novas. E...

De repente, estava ali indolentemente sentada no sofá da sala, da televisão saía o som de mais uma história de terror, maus tratos, violência, crianças, a minha Mãe comentou quando eu fui à segurança social denunciar que o pai deles tinha levado uma puta, perdoem-me a expressão, mas era mesmo isso, uma puta lá para casa e que a Mãe andava toda marcada, a assistente social disse que não podiam intervir porque as crianças não apresentavam marcas de maus tratos.

Foda-se! Disse eu, e que mais podia dizer?! Então, quando, na quinta-feira, a Juiza me perguntou se as crianças estavam mal tratadas, durante o ano em que estiveram entregues a si mesmas, e eu respondi que não, eu tinha razão. Nenhuma das crianças daquela família apresentou, em qualquer altura que fosse, qualquer marca de maus tratos, segundo o informado pela própria assistente social. Enquanto a advogada da Casa tentava desmanchar a minha definição de crianças bem tratadas eu deveria ter desmanchado a definição de crianças sob custódia da assistência social e/ou comissão de protecção de menores.

Foi então que se desmanchou em mim este projecto egocêntrico e decidi morrer aqui por Eles.

Uma história é sempre uma história, factos verídicos misturam-se com emoções. Episódios baralham-se na esfera do Tempo. Antes, depois, quando... não há uma definição precisa. Aconteceram coisas ao longo destes 6, a caminhar 7, anos, que eu vou relatar. Reavivar em mim? Não! Para reavivar, em mim, estas histórias estão Eles mesmos na minha Vida, para lá do sempre.

Vou apenas contar o que vivemos, eu, eles, a minha Mãe e todos os outros nós que foram estando presentes a meio caminho entre o metro quadrado mais caro do concelho de Cascais e uma favela versão Portugal.

Se alguém ler, ou for lendo, talvez nunca venha a perceber a história. Não apanhe o fio à meada. Se perca em regressos ao presente. A verdade da história só se entende vivendo-a.

Veremos o que daqui sai, meus Amores.

O fim de mim neles

Eu ia usar este espaço para contar a minha vida em imagens. Andava a digitalizar fotografias antigas e a escolher algums novas. E...

De repente, estava ali indolentemente sentada no sofá da sala, da televisão saía o som de mais uma história de terror, maus tratos, violência, crianças, a minha Mãe comentou quando eu fui à segurança social denunciar que o pai deles tinha levado uma puta, perdoem-me a expressão, mas era mesmo isso, uma puta lá para casa e que a Mãe andava toda marcada, a assistente social disse que não podiam intervir porque as crianças não apresentavam marcas de maus tratos.

Foda-se! Disse eu, e que mais podia dizer?! Então, quando, na quinta-feira, a Juiza me perguntou se as crianças estavam mal tratadas, durante o ano em que estiveram entregues a si mesmas, e eu respondi que não, eu tinha razão. Nenhuma das crianças daquela família apresentou, em qualquer altura que fosse, qualquer marca de maus tratos, segundo o informado pela própria assistente social. Enquanto a advogada da Casa tentava desmanchar a minha definição de crianças bem tratadas eu deveria ter desmanchado a definição de crianças sob custódia da assistência social e/ou comissão de protecção de menores.

Foi então que se desmanchou em mim este projecto egocêntrico e decidi morrer aqui por Eles.

Uma história é sempre uma história, factos verídicos misturam-se com emoções. Episódios baralham-se na esfera do Tempo. Antes, depois, quando... não há uma definição precisa. Aconteceram coisas ao longo destes 6, a caminhar 7, anos, que eu vou relatar. Reavivar em mim? Não! Para reavivar, em mim, estas histórias estão Eles mesmos na minha Vida, para lá do sempre.

Vou apenas contar o que vivemos, eu, eles, a minha Mãe e todos os outros nós que foram estando presentes a meio caminho entre o metro quadrado mais caro do concelho de Cascais e uma favela versão Portugal.

Se alguém ler, ou for lendo, talvez nunca venha a perceber a história. Não apanhe o fio à meada. Se perca em regressos ao presente. A verdade da história só se entende vivendo-a.

Veremos o que daqui sai, meus Amores.

Blogonovela

A pedido de vários comentadores da blogonovela Guerra dos Mundos, venho por este meio informar que, por motivos óbvios, a mesma não tem continuação sem que o personagem principal aqui volte! Ou seja, ó Anónimo volta que, além de estares aperdoado, a malta gosta de te ter aqui! Esperávamos um verdadeiro show de faca na liga, de escárnio e mal-dizer, de mesquinhices e bocas foleiras! É saudável desentendermo-nos, aprendermos a reentendermo-nos e ainda rirmos de nós próprios! Penso eu de que...

Que mais queremos nós, ó comentadores?!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

A fuga das Sardinhas




O "Sardine Run", a migração anual de sardinhas no Índico ao longo da costa Sul Africana, é um dos acontecimentos subaquáticos mais fantásticos que um mergulhador pode presenciar. Acreditem, vão viver uma experiência que não se descreve em palavras!

No site da
UNREAL Dive podem ver mais informações sobre este programa, que ocorre entre Maio e Julho.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

terça-feira, 3 de janeiro de 2006

Guerra dos Mundos

este meu comentário dava um artigo completo, hein?!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

a bem dezêri...

Sara MM said...
mas a roupita da women secret pode ser azul!!! LOLBJs


Ó minha amiga, a bem dezêri, a roupita da Women Secrets é de todas as cores que couberem no saco...

a bem dezêri...

Sara MM said...
mas a roupita da women secret pode ser azul!!! LOLBJs


Ó minha amiga, a bem dezêri, a roupita da Women Secrets é de todas as cores que couberem no saco...

Ainda o NATAL que, definitivamente, não é AZUL

daqui...

At 19:17, deumus said…
O natal não existe.


mas então, explicai-Vos!

Pergunta de Natal: como é que uma coisa que não existe faz tanto barulho, causa tanta confusão, cansa tanto a mais forte das Almas e me irrita horrores?!? Me provoca alergias?!?

Definitivamente, não é azul, mas existe...

Ainda o NATAL que, definitivamente, não é AZUL

daqui...

At 19:17, deumus said…
O natal não existe.


mas então, explicai-Vos!

Pergunta de Natal: como é que uma coisa que não existe faz tanto barulho, causa tanta confusão, cansa tanto a mais forte das Almas e me irrita horrores?!? Me provoca alergias?!?

Definitivamente, não é azul, mas existe...

Ideia copiada!


Changer la vie. Para começar, é evidente, a minha; pois assim não quero nem posso continuar. A punheta de manhã, a fome durante o dia, a solidão sempre, sem o vinho a lucidez e a tristeza, a velhice, a decadência. Que não me vai aproveitar a mim, vá. Mas que diga (como a Maria) algo aos outros. É esse o meu dever de escriba.
14/1/1972





Diário Remendado 1971-1975
Luiz Pacheco
Publicações Dom Quixote - 2005
ISBN 9722028618
286 pags.
PVP: € 17.50

Por vezes...

Anonymous said...
Por vezes tiramos conclusões á toa.

Existem coisas que desconhecemos a razão de porque estão acontecer de uma certa forma e quando não estamos na posse da informação que nos pode permitir tirar conclusões o melhor é não concluir nada.
16:14


Por vezes tiramos as conclusões que nos apetece... ninguém tem nada a ver com isso. São conclusões que tiramos connosco e para nós, não são verdades absolutas. Partilhamos aberta e claramente, mas são só simples conclusões, lavagens de Alma.

E que se lixem os mais ou menos anónimos...

Acabou-se a papa doce

ACABOU-SE MAS FOI O ARROZ, CARALHO, VOU COMER BATATAS FRITAS!

Pena de morte

Daqui veio isto - Unas babuchas con una cara sonriente.

E então veio isto:
maresia [a chica esperta... e perdoem lá o espanholês] said...
Pues que estaba buscando un mar lleno de tapas y otras maravillas marinas… encontré botines… que podrán ser útiles cuando el mar se sube à la playa… cuanto à la muerte, à la ejecución abreviada, no creo en esta salvación, por que al final, sí verdad, es una salvación! No creo a la ejecución porque creo, sí, que ese mismo que hay perpetuado tan grande dolor, que ha hecho sufrir tanto a otro ser humano no deberá tener derecho al eterno y fácil descanso, no antes de sufrir también. Soy fría, puedes decirlo, mala es verdad talvez, pero, se lo analizamos bien, de la misma forma que estás dando dolor prolongado a quien lo perpetuó sobre su igual, por otro lado, estas jugando con la suerte, la posibilidad de devolver la libertad al que puede ser inocente, non?!
8:13 AM


E veio a resposta dela:
anatema said...
Maresia, es muy complejo el tema de la pena de muerte. Cree, que en algún momento de mi vida, he pensado que, en algunos casos, puede llegar a ser justa, pero cuando analizamos cada uno de esos casos, nos encontramos con tantas penurias, con tantas vidas rotas desde la infancia, con tanto dolor...que se requeriría ser Dios para soportarlo. Y los hombres somos humanos y como tales, dèbiles, pecadores, envidiosos, ambiciosos, vengativos...A aquél que le sonríe permanentemente la vida, a aquél que nació con la suerte de su lado, aquél que nunca pasó dificultades y se vio rodeado de amor y protección por los suyos, no tendrá nunca, jamás, deseos ni de matar, ni de robar, ni de venganza..


Repito Maresia, los hombres somos humanos, imperfectos pero tenemos la grandeza del arrepentimiento. Y Earl Clanton, como tantos otros, mató y llegó a arrepentirse...Y mató...(sin que sea justificable lo que hizo) porque la vida le abandonó a su suerte...en fin, amiga....este tema daría para un gran debate.
Feliz Año, besos. Concha.
9:37 AM


Fiquei de neurónio arrebitado e então veio a ideia de abrir um debate. Não quero chegar a conclusão nenhuma e mais vale passar ao largo quem vier em busca de certezas e verdades absolutas, mas fica aqui o desafio, que dizes tu da pena de morte? Sincera e francamente. Com emoção ou frieza. O que quiseres, diz-me!

do ARROZ caralho! do ARROZ!!!

fosgassssssssssss, como é que eu posso ser uma pessoa normal?!?!?! a minha santa Mãezinha anda há mais de meia-hora à procura do ARROZ!!

do ARROZ caralho!

já veio aqui ao escritório, foi à casa de banho, ao quarto... o ARROZ!! perdeu o arroz que fez para o jantar!!

eu vivo numa casa de doidos!

aqui há uns anos, uma bela manhã, perdeu o pão que o padeiro tinha deixado na porta e só o voltámos a encontrar qd o meu irmão foi buscar o fato de vela de inverno aos arrumos seis meses depois...

acho que vou ali ver ao elevador...

2005 - 2006

Descobri que, afinal, até eu tirei uma conclusão do ano findo!

No dia 31 de dezembro de 2005, descobri que existem os Amigos e os que passam pela nossa vida. Há os que passam para o bem e os que passam para o mal. E podem demorar muito tempo a passar, podem levar a vida inteira a passar. Ou podem passar só de raspão. Uns lembramos outros talvez não. Há quem tenha estado muitos anos na minha vida e, descobri no dia 31, afinal apenas passou por ela. Para o bem e para o mal. O seu bem e o meu mal.

Não sei durante quanto tempo os Amigos estão na nosssa vida, mas por mais anos que passem sobre o tempo que estão ou estiveram, recordá-los-emos sempre como Amigos.

Não foi no findo ano que o Amigo passou a passante, nem o passante a Amigo, mas foi no fim do ano que percebi isso.